
Quando eu era bem molequinho, sempre passava pela favela do Parque São Jorge, perto da minha casa em São Paulo. Apesar da miséria e do descaso eu era atraído por um clima meio bucólico, que transpirava dos barracos de madeira, dos canteirinhos de flor e verduras, do mastro de S. João. Às vezes eu via de relance algumas cenas como essa acima, rodas de samba informais, caseiras, de amantes do ritmo, da vibração. Foi assim que eu aprendi a gostar das raízes da cultura negra brasileira. Detesto carnaval, mas adoro samba ( sou paradoxal assim mesmo) e se virei tocador de pandeiro, certamente esses personagens anônimos da minha infância urbana tiveram culpa nisso...